Quando se fala em criptomoedas, um dos aspectos mais importantes para qualquer usuário é a segurança dos ativos, um tema fundamental e sobre o qual você pode conferir dicas para se proteger. No assunto do armazenamento das criptomoedas, os termos “carteira quente” e “carteira fria” são frequentemente discutidos. Cada um desses métodos possui características específicas em termos de conveniência, segurança e acessibilidade.
Segundo números da empresa de pesquisa Future Market Insights, o mercado de carteiras de criptomoedas atingiu receita de US$ 1,5 bilhão em 2023 e deve chegar a US$ 3,6 bilhões em 2033, com um crescimento anual de 9,3%. O relatório ainda diz que as carteiras de criptomoedas representam quase 25% das vendas no mercado total de cripto. Entender as diferenças entre uma carteira quente e uma carteira fria é essencial para quem deseja armazenar criptomoedas de forma segura, sabendo qual método se adapta melhor ao seu perfil.
O que é uma carteira quente?
Uma carteira quente, ou “hot wallet”, é uma carteira digital de criptomoedas que permanece conectada à internet. Ela permite o acesso rápido e fácil às criptomoedas e, por isso, é amplamente utilizada por “traders” e usuários que realizam transações com frequência. As hot wallets podem ser acessadas por meio de dispositivos móveis e computadores. Além disso, algumas carteiras quentes oferecem integração com exchanges e plataformas de negociação, facilitando ainda mais a movimentação dos ativos.
No entanto, essa facilidade de acesso tem um preço: a vulnerabilidade a ataques cibernéticos. Por estarem conectadas à internet, as carteiras quentes são mais suscetíveis a ataques de hackers, phishing e outros tipos de golpes. A segurança dessas carteiras depende em grande parte das medidas de proteção utilizadas pela plataforma ou aplicativo, como autenticação de dois fatores (2FA), senhas complexas e outras barreiras de segurança, além de um comportamento responsável do usuário.
Segundo um levantamento do CoinGecko, de 2023, as 55 principais hot wallets de criptomoedas registraram mais de 81,1 milhões de instalações. A instalação em dispositivos Android representou a maior parte desse número, somando 61,6 milhões de instalações, enquanto 19,55 milhões de instalações foram registradas nos principais navegadores da internet.
O que é uma Carteira Fria?
A carteira fria, ou “cold wallet”, é um método de armazenamento que não depende de conexão com a internet. Dessa forma, elas oferecem uma camada adicional de segurança, sendo menos vulneráveis a ataques cibernéticos. Carteiras frias são ideais para quem pretende manter os ativos guardados por longos períodos sem necessidade de acessá-los frequentemente.
Existem diversos tipos de carteiras frias, sendo os mais comuns as carteiras de hardware e as carteiras de papel. As carteiras de hardware são dispositivos físicos, como USBs ou dispositivos específicos para armazenar chaves privadas. Já as carteiras de papel consistem basicamente em anotar as chaves privadas e públicas em um pedaço de papel, sem nenhuma conexão digital com a internet.
aNúmeros da Cognitive Market Research estimam em US$ 1,6 bilhão o mercado de carteiras frias em 2024, com previsão de crescimento anual de 9,80% até 2031. A América do Norte representa 40% do mercado, enquanto a Europa aparece com 30% das receitas do setor. A América Latina possui uma fatia de 5% do mercado atual total, mas também conta com uma previsão de crescimento relevante de 9,2% ao ano.
Vantagens e desvantagens
A principal vantagem das carteiras quentes é a conveniência. Elas são ideais para transações rápidas e diárias, e por estarem sempre conectadas, permitem acesso imediato aos fundos. Além disso, a maioria das carteiras quentes são fáceis de usar, sendo uma excelente opção para iniciantes no universo das criptomoedas. Por outro lado, a principal desvantagem é a segurança. A conexão com a internet torna essas carteiras mais vulneráveis a invasões e roubo de dados, por isso não são recomendadas para armazenar uma grande quantidade de criptoativos.
No caso das carteiras frias, a maior vantagem é a segurança. Como não estão conectadas à internet, são significativamente mais protegidas contra ataques cibernéticos. Esse tipo de carteira é ideal para o armazenamento a longo prazo de grandes quantidades de criptomoedas, proporcionando paz de espírito ao investidor. A principal desvantagem é a falta de praticidade para quem precisa de acesso rápido aos ativos.
Em casos onde o usuário deseja realizar transações diárias, o uso de uma carteira fria pode se tornar pouco conveniente. Além disso, o risco de perda física é outro fator a ser considerado, especialmente no caso das carteiras de papel. Se o papel com as chaves privadas for perdido ou destruído, o acesso às criptomoedas será impossível. Da mesma forma, no caso das carteiras de hardware, a perda ou dano do dispositivo pode resultar em perda dos fundos, caso não haja uma cópia de segurança das chaves.
Qual escolher?
A escolha entre uma carteira quente e uma carteira fria depende do perfil e das necessidades do usuário. Se você realiza transações diárias e precisa de acesso rápido e fácil aos seus ativos, uma carteira quente pode ser a melhor opção. No entanto, é sempre importante manter apenas uma quantia limitada em carteiras quentes para minimizar o risco de perdas em caso de ataques.
Por outro lado, se você é um investidor de longo prazo que planeja manter suas criptomoedas guardadas por um período extenso e sem necessidade de acessá-las com frequência, uma carteira fria será a opção mais segura. Em muitos casos, os investidores optam por uma abordagem híbrida, utilizando uma carteira quente para transações diárias e uma carteira fria para armazenar a maior parte de seus ativos de forma segura.