As criptomoedas revolucionaram o sistema financeiro global e abriram novas possibilidades de transações digitais, transferências cross border, investimentos, entre diversos outros pontos. O Bitcoin, criado em 2009, foi a primeira criptomoeda e continua liderando a lista das moedas digitais mais valiosas até hoje. Desde então, o mercado cresceu de forma rápida, levando ao surgimento de milhares de altcoins, também conhecidas como “alts”, que cumprem diferentes funções e exploram a tecnologia desse setor de diversas formas.
O que são altcoins?
O termo “altcoin” é uma abreviação de “alternative coin” (moeda alternativa, em português) e é utilizado para descrever qualquer criptomoeda que não seja o Bitcoin. Os números são impressionantes. Apenas no site CoinGecko, por exemplo, estão listadas quase 15 mil criptomoedas, que somam uma capitalização de mercado (“market cap”) total de quase US$ 2,5 trilhões (dados registrados no dia 19 de outubro de 2024). Os dados também mostram uma “dominância do Bitcoin” de 55,14% do total, com uma capitalização de mercado de US$ 1,34 trilhão. Ou seja, as altcoins representam quase metade do mercado total de criptomoedas na data consultada, mas essa porcentagem varia bastante com o tempo.
É claro que a grande maioria dessas moedas tem pouco impacto ou sucesso a longo prazo. No entanto, algumas altcoins se destacaram desde sua criação e ganharam espaço entre os entusiastas do setor. Cada uma busca diferentes propósitos, funcionalidades e inovações tecnológicas. Algumas altcoins tentam melhorar aspectos técnicos do Bitcoin, como a velocidade e os custos de transação, enquanto outras se concentram em funcionalidades completamente novas.
Tipos de altcoins
Existem diversos tipos de altcoins. Um dos mais populares são as stablecoins, moedas cujo valor é atrelado a um ativo estável e que já foram tema de artigo aqui na StarsPay. Em outubro de 2023, um levantamento da Receita Federal registrou o crescimento do uso das “moedas estáveis” no Brasil. Dona do maior mercado de capitalização entre as stablecoins, a Tether teve mais de R$ 271 bilhões negociados no país no período analisado, desde 2019, contra R$ 151 bilhões do Bitcoin.
Outro tipo de altcoin são as moedas baseadas em mineração, como o Bitcoin. Os participantes, chamados de mineradores, validam as transações na blockchain e recebem moedas em troca, sendo a Litecoin um dos exemplos mais conhecidos. Também se popularizaram os tokens, tanto de utilidade quanto de governança. No primeiro caso, cujo maior exemplo é a rede Ethereum, os tokens podem ser utilizados em diversas aplicações descentralizadas, as chamadas “dApps”, que podem incluir jogos, plataformas financeiras, entre outros. No caso da governança, as altcoins permitem aos seus donos votar em decisões sobre o futuro do projeto, tendo a descentralização desse processo como uma das vantagens.
No entanto, talvez o exemplo de altcoin mais conhecido do público em geral sejam os memecoins. Como o próprio nome sugere, esse tipo de moeda é inspirado em “memes” ou piadas da internet e ganhou apoio através de ações virais e divulgação de celebridades e influenciadores. O principal exemplo, de forma disparada, é o Dogecoin, conhecido pela sigla DOGE. Segundo dados do CoinMarketCap, consultados em 24 de outubro de 2024, o DOGE aparece como a oitava maior criptomoeda, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 20,5 bilhões.
Vantagens e desvantagens das altcoins
Como já ficou claro, o grupo chamado de altcoins é muito diverso, indo desde projetos sérios que ganharam espaço no mercado financeiro mundial até moedas digitais criadas como uma brincadeira e com pouca relevância. Entre as vantagens das moedas alternativas, estão a inovação tecnológica, que busca tornar processos mais rápidos, fáceis e baratos. No caso do Ethereum e seus contratos inteligentes, por exemplo, a criação de aplicativos descentralizados deu origem a uma nova e promissora área de exploração digital. Segundo dados da Reports and Insights, o setor de dApps atingiu US$ 31,2 bilhões em 2023 e tem crescimento anual esperado de 22,2% ao ano até 2032, que resultaria em um mercado de US$ 139,6 bilhões.
Por outro lado, é fundamental tomar cuidado ao lidar com altcoins. Projetos menores costumam ser ainda mais voláteis, com oscilações de valor acentuadas em curtos períodos. Dessa forma, a promessa de grandes lucros da noite para o dia pode rapidamente se transformar em perdas significativas. Outro aspecto negativo é a questão da segurança. Como muitos projetos são relativamente novos e menos testados, algumas altcoins podem apresentar falhas de segurança ou serem alvos de hackers. Segundo a empresa de análise de blockchain Chainalysis, mais de US$ 1,7 bilhão em criptomoedas foram roubados em 2023.